Como usuário das Tecnologias da Informação e Comunicação, após ler o seguinte
artigo on-line, você resolveu
enviar uma carta para ser publicada na “Seção do Leitor” da mesma Revista
Digital comentando (apoiando ou rebatendo) os argumentos apresentados pela
autora sobre a liberdade de expressão e abuso nas redes sociais, sugerindo alguma
alternativa para esta problemática.
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Redes sociais:
liberdade de expressão ou abuso?
Patrícia Peck
Pinheiro
A
liberdade de expressão precisa ser não apenas exercida, mas ensinada nas
escolas. Como se expressar de forma ética e juridicamente correta? Como
manifestar sua opinião, seu direito de protesto, sua reclamação de consumidor
sem que isso se transforme em um abuso de direito? O limite entre liberdade e
prática de crime é bem sutil. E faz toda a diferença a escolha do texto, qual
palavra será publicada para expor no mundo, em tempo real, um pensamento. Precisamos,
então, de inclusão digital com educação. Em um contexto de maior acesso à
tecnologia com serviços que viabilizam compartilhar informações e produzir
conhecimento colaborativo, deve se saber também quais são as regras do jogo,
que vão desde a proteção da reputação e imagem das pessoas até dar o crédito ao
autor. Acredito que a grande maioria das pessoas não reflete muito sobre o que
está comentando, publicando, ou melhor, documentando, nas redes sociais. E,
infelizmente, é difícil exercer arrependimento, pois o conteúdo se espalha
rapidamente e se perpetua! A maioria dos casos de solicitação de retirada de
conteúdo do ar envolve, principalmente: a) uso não autorizado de imagem; b)
ofensa digital; c) exposição de intimidade excessiva (em especial no tocante a
menores de idade); d) uso não autorizado de marca e e) uso não autorizado de
conteúdo (em geral infringindo direitos autorais). Então, eis uma questão
relevante, como orientar os jovens, que estão na rede social, na grande maioria
mentindo a idade? O problema da ética já começa aí. Os serviços destacam a
responsabilidade de os pais darem assistência a seus filhos nos ambientes
digitais. Um pai leva um filho ao cinema, mas não sabe o que ele está fazendo
na “rua digital”. Talvez, esse nosso Brasil que está digital, seja, de fato,
mais transparente. Isto significa que somos assim mesmo, gostamos de nos
exibir, de falar mal dos outros, fazer piadas de mau gosto, publicar fotos das
pessoas sem autorização. Será? Ou a geração Y nacional é que não foi bem
orientada, que não conhece as leis, que acha que não vai haver consequências de
seus atos? Devemos investir em duas políticas públicas digitais: a de educação
e a de segurança. No tocante à primeira, deve se inserir, no conteúdo base da
grade curricular do ensino fundamental e médio, os temas de ética e cidadania
digital, que devem tratar sobre: a) proteção da identidade (contra falsa
identidade e anonimato); b) exercício da liberdade de expressão com
responsabilidade (contra os abusos); c) uso correto de imagens e d) produção e
uso de conteúdos digitais conforme os direitos autorais (coibir plágio e
pirataria). Os jovens precisam aprender como fazer o dever de casa sem copiar o
conteúdo alheio! Quanto à questão da segurança, deve se por certo criar um time
responsável pela vigilância das “vias públicas digitais”, para identificação
rápida de incidentes e para aumentar a prevenção. Se o cidadão está na Internet, então o poder público e o
poder de polícia têm que estar também, com ambientes preparados, com alta
disponibilidade e com medidas que garantam a proteção dos dados dos
brasileiros. De qualquer jeito, o mais importante não é ficar pedindo para
tirar conteúdo do ar depois que o estrago já está feito, mas saber publicá-lo
dentro de um modelo mais avançado de cidadania e respeito. Precisamos deixar de
herança a vontade de criar e inovar. O uso da ferramenta tecnológica tem que
ser feito a serviço do bem social. (Fonte: Revista Digital - Adaptação)
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